quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Caprinovinocultura como agronegócio: integração caatinga/pastagens irrigadas

O mercado da carne ovina está crescendo a passos largos, em função da grande aceitação deste produto pela sociedade brasileira, notadamente, o da Região Nordeste. Isto se reflete no surgimento de vários pontos de vendas e restaurantes especializados, principalmente nos grandes centros urbanos. Paralelamente, aparecem as construções e a implantação de abatedouros, frigoríficos e curtumes, específicos para carnes, vísceras e peles de ovinos na Região, caracterizando como uma forte sinalização de estímulo e garantia para o desenvolvimento do respectivo setor produtivo. Assim, há necessidade de práticas alternativas que permitam ao produtor ofertar cordeiros para o abate, capazes de atender às necessidades do mercado de carne, tanto em termos quantitativos quanto qualificativos (EMBRAPA/Caprinos: Circular Técnica Nº 28).
Um sistema de integração sequeiro/irrigação para produção de caprinos e ovinos pode viabilizar o abate dos animais com seis a sete meses de idade e é mais competitivo que o sistema tradicional da caatinga, onde os animais vão para o abate com dois ou mais anos (EMBRAPA/Semi-árido: Instruções Técnicas Nº 70).
A prática da terminação de cordeiros em confinamento constitui-se numa alternativa ímpar que deve ser disponibilizada e recomendada especialmente para o semi-árido do Nordeste brasileiro (EMBRAPA/Caprinos: Circular Técnica Nº 28).
Portanto, uma integração entre os produtores que criam nas áreas de sequeiro (caatinga) e produtores que possuem pastagens irrigadas no Vale do São Francisco, pode ser o modelo de produção para transformarmos o Sertão do São Francisco no maior produtor das carnes caprinas e ovinas.
Só vamos atingir o mercado consumidor se pudermos garantir regularidade na oferta, padronização de carcaças, precocidade dos animais, acabamento e quantidade. Só chegaremos a esse nível com os centros de terminação.
Acreditamos que este modelo de produção seja o mais indicado, pois contempla tão o empresário, quanto o pequeno produtor que está na caatinga.
Cabe ressaltar, que a terminação em pastagens cultivadas possui algumas limitações, tais como: disponibilidade de terra fértil e água em abundância para irrigação, papel do empresário.
O pequeno produtor não quer mais só sobreviver no campo, ele quer progresso econômico, social e cultural, quer ser inserido no agronegócio. Muitos pregam que o Brasil será o celeiro mundial, irá produzir comida para o resto do mundo.
Logo, o criador de caprinos e ovinos das caatingas (sequeiro) exige que seja inserido nesse processo, dando a sua contribuição, produzindo o cabrito e o cordeiro que será terminado e enviado para os mais diversos mercados consumidores.
Marcos Rogério Cipriano
Presidente da ACCOSSF

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